Reforma Tributária: O guia definitivo para empresas em 2025
- Comunicação Comunicação
 - 30 de set.
 - 5 min de leitura
 
A Reforma Tributária brasileira será uma das transformações fiscais mais profundas das últimas décadas. Longe de ser uma mudança para contadores ou um debate futuro, ela representa uma redefinição tributária do ambiente de negócios no país que deve ser vista hoje para evitar apreensão durante a transição.

Ela quer simplificar tributos, reduzir burocracia e tornar o ambiente de negócios menos complexo. Mas afinal, o que muda? Quando começa? E como sua empresa pode se preparar?
Neste guia, vamos traduzir a complexidade da Reforma, desvendando o desafio do período de transição e, o mais importante, oferecendo um roteiro prático e acionável para que sua empresa não apenas sobreviva, mas prospere nesta nova era fiscal.
O que é a nova Reforma Tributária?
A nova Reforma Tributária unifica tributos e altera a forma de cobrar e pagar impostos. O novo sistema funcionará com base no princípio do destino, ou seja, o imposto será cobrado no local onde o produto ou serviço é consumido, e não onde é produzido, acabando com a complexa "guerra fiscal" entre os estados.
Para as empresas, isso significa a extinção de 5 impostos, a criação do IVA Dual e do Imposto Seletivo (IS).
Quando começa a nova Reforma Tributária?
A mudança será gradual: começa em 2026 e vai até 2033, um período de transição para que as empresas e o governo possam se adaptar. Mas é importante que as empresas se preparem desde já para evitar problemas e aproveitar oportunidades.
Entendendo os pilares da mudança: O fim de 5 impostos e a chegada do IVA
No cerne da Reforma está a promessa de simplificação. Cinco tributos serão unificados, sendo substituídos por um sistema de Imposto sobre Valor Agregado (IVA) nos moldes internacionais.
O que são o IBS e a CBS? O modelo de IVA Dual explicado.
O novo sistema será composto por dois impostos principais, que juntos formam o IVA Dual. São eles:
Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS): De competência federal, unificará o PIS e a COFINS.
Imposto sobre Bens e Serviços (IBS): De competência estadual e municipal, unificará o ICMS e o ISS.
Esses dois tributos funcionarão de maneira harmonizada, com as mesmas regras de incidência e base de cálculo, acabando com a "guerra fiscal" e as milhares de legislações diferentes que existem hoje.
Imposto Seletivo (IS): O "imposto do pecado" e o impacto na sustentabilidade
Além do IVA, foi criado o Imposto Seletivo (IS), apelidado de "imposto do pecado". Ele incidirá sobre a produção, comercialização ou importação de bens e serviços prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente, como cigarros e bebidas alcoólicas.
O IS representa um sinal da crescente importância da agenda ESG (Ambiental, Social e de Governança), criando um incentivo econômico do governo para a produção e o consumo mais sustentáveis.
Os 3 princípios-chave: Não cumulatividade, cobrança no destino e neutralidade.
Para entender o impacto real da Reforma, é preciso compreender seus três pilares fundamentais:
Não cumulatividade plena: Diferente do sistema atual, que permite créditos limitados, o novo modelo garante que o imposto pago em todas as etapas anteriores da cadeia produtiva (incluindo a compra de bens de capital) gere crédito. Isso acaba com o "imposto em cascata" e desonera os investimentos.
Cobrança no destino: O imposto será devido no estado ou município onde o bem ou serviço é consumido, e não onde é produzido. Essa mudança radical acaba com a guerra fiscal entre os estados.
Neutralidade: O sistema busca ser neutro, sem distorcer as decisões de investimento e produção das empresas.
O cronograma da transição (2026-2033): Navegando no "Paradoxo da Simplificação"
O período de transição, que se estende de 2026 a 2033, exigirá que as empresas operem com dois sistemas tributários simultaneamente: o antigo e o novo.
Chamamos isso de "Paradoxo da Simplificação": uma fase de altíssima complexidade para alcançar a simplicidade. Portanto, entender o impacto exato da Reforma na sua estrutura de custos é o primeiro passo para essa transição.
O calendário detalhado: O que acontece em cada ano?

2026: Início da transição com uma alíquota de teste de 0,9% para a CBS e 0,1% para o IBS.
2027: A CBS entra em vigor plenamente, extinguindo o PIS e a COFINS.
2029 a 2032: Transição para o IBS, com a redução gradual do ICMS e do ISS e o aumento progressivo do novo imposto.
Pós 2033: Extinção dos tributos antigos e vigência total do novo sistema com o IBS e a CBS.
O desafio da convivência: Como gerenciar dois sistemas tributários ao mesmo tempo
Durante quase sete anos, seu sistema de ERP, suas equipes fiscais e seus processos de faturamento terão que calcular, pagar e declarar tributos em dois regimes completamente diferentes.
Isso significa uma duplicação temporária da carga de trabalho e uma necessidade urgente de adequação tecnológica e de processos.
Além da obrigação: Transformando a Reforma em vantagem competitiva
Como vimos, não é preciso esperar a Reforma entrar em vigor para se preparar. A chave é transformar a incerteza em dados através da simulação, preparando ações para garantir que a sua empresa não apenas sobreviva à transição, mas utilize o marco como um ciclo de crescimento.
1. Mapeie cenários
Junto ao seu contador, simule qual seria sua carga tributária com as novas regras do IBS e CBS. Compare o valor atual com o projetado para entender o tamanho do impacto.
2. Revise seu Fluxo de Caixa projetado
Crie projeções de fluxo de caixa para os próximos 6 a 12 meses. Agora, inclua as novas variáveis: como o split payment afetaria suas entradas? Como a mudança nos prazos de crédito impactaria suas saídas? Crie margens de segurança para absorver essas mudanças.
3. Precificação estratégica
Entender a fundo seu novo custo permitirá uma reprecificação inteligente que pode ajudar a ganhar market share de concorrentes menos preparados.
Com base na simulação da nova carga tributária, avalie o impacto na margem de cada produto ou serviço. É hora de renegociar com fornecedores? É possível otimizar custos internos para absorver parte do impacto?
4. Oportunidades de otimização da Cadeia de Suprimentos
Com a cobrança no destino e a não cumulatividade plena, a localização de fornecedores e centros de distribuição pode ser repensada com foco total na eficiência logística, não em benefícios fiscais.
5. Sustentabilidade como vantagem
Empresas que já possuem produtos e processos mais sustentáveis podem ganhar uma vantagem competitiva em relação àquelas que serão mais impactadas pelo Imposto Seletivo.
6. A hora de investir
A desoneração completa de bens de capital cria a melhor janela em décadas para investir em modernização, tecnologia e automação, aumentando a produtividade a longo prazo.
Não apenas reaja a Reforma
Neste artigo entendemos melhor sobre o tema, não apenas como um jargão para contadores ou como cumprir as novas regras e reagir ao período, mas sim, como utilizar da Reforma Tributária para fazer diferente.
O impacto de uma mudança estrutural na tributação, embora desafiadora, oferece uma oportunidade única para reavaliar sua precificação, otimizar sua cadeia logística e, principalmente, fortalecer sua gestão financeira com base em dados sólidos e projeções realistas.
Conte com o apoio financeiro da Hologram
A Reforma Tributária é um evento com data marcada que irá redesenhar o fluxo de caixa das empresas. Ignorar seu impacto é arriscar a saúde financeira do seu negócio. Se você não quer ser pego de surpresa, o momento de agir é agora.

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